Thursday 8 November 2007

as gajas...




Terça feira, ia eu muito bem a caminho de um belo almoço no Japonês, deparo-me com um grupo de rapazes, na casa dos 25 anos, a caminharem na minha direcção, alegres, joviais, altos, não reparo se eram jeitosos ou não pois ia acompanhada (eh eh eh) quando passa pelos meus ouvidos a seguinte frase:


"...as gajas ainda nem sequer sabem que o aborto já é permitido..."



Paro. Olho para trás. Olho para o meu parceiro de viagem e pergunto-lhe se ele ouviu o mesmo. Efectivamente ouviu.


Poderia de facto se tratar de um mera conversa coloquial, daquelas que duas pessoas adultas têm acerca de um assunto actual, que têm um factor de enorme importância na nossa sociedade portuguesa.


Mas...a palavra "gaja" que encabeça a frase foi dita com aquele toque de javardice a que já nos habituamos com, por exemplo, o toque linguístico das gentes da agência publicitária de Chelas, só faltando a tranca, a prateleira e a pandeireta a completar o ramalhete. Tal facto leva-me a crer que o teor da conversa não seria sobre a questão da escolha da mulher relativamente aos padrões actuais de vida (dinheiro, posição social, etc) mas mais sobre cambalhotas dadas sem rede.


Ou seja, sem preservativo.


Não sei porquê, mas cheira-me que fosse isso. Lembrei-me logo de um post salvo erro da Pipoca, sobre duas raparigas à conversa sobre uma relação que tinha sido consumada sem preservativo porque "o gajo" não queria. E ela, a gaja, teve de amochar...pois claro, então? Coitadinho do senhor, fica mais confortável se o pacote for despejado no recipiente certo, ao invés de ficar ali, na borrachita, em contacto, que desagradável que deve ser!


Acho um absurdo que hajam pessoas que usem o argumento de "agora o aborto é legal, por isso não há problema" para não usarem um preservativo numa relação. Já ouvi historias de pessoas a dizerem na minha cara que "fazer um aborto não custa nada, faz-se bem" para poderem convencer alguém a ter relações sem preservativo...


Como se fazer um aborto fosse como ir comer um gelado, ou dizer piaçaba. Como se, no meio de um anuncio ao café mokambo, a rapariga de repente se virasse para os pais e dissesse: "Hoje acordei bem disposta: à um mês tive sexo com o meu namorado sem preservativo (porque faz-lhe impressão) e hoje vou ali ao S.Francisco Xavier fazer um aborto".


Agora uma pergunta: se um dos sintomas das dezenas de doenças sexualmente transmissíveis que se podem apanhar fosse A PILA DESCOLAR-SE ou NUNCA MAIS TEREM TUSA, gostava de saber se iam existir assim tantos abortos.


E, vamos lá a ver, ate parece mal com tanto novo preservativo de sabores que anda por aí. Até parece mal não experimentar. ;)
Malandreca













3 Comments:

Blogger Sol said...

Gostava de dizer qualquer coisa interessante sobre este tema, mas não consigo... fiquei em estado catatónico :S

8 November 2007 at 11:52  
Blogger neto said...

Bravo...Estamos completamente de acordo quanto á javardice da afirmação , como quanto ao comportamento estúpido das "pilas" por esse pais fora. Que será de um povo que não tem educação , nem sequer os principios basicos de humanidade??? Estamos lixados...
Bom fds

9 November 2007 at 16:19  
Blogger João Morgado said...

Enfim... sem comentários.
Então e elas têm relações sem preservativo só porque ele "não gosta"? Então e ela? Não tem opinião?

Que egoísmo...

Às vezes um NÃO até sabe bem... nem que seja para eles perceberem que o tempo do "Ó Maria, traz-me uma bjeca!" já acabou...

*
João

9 November 2007 at 23:58  

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home