Tuesday 13 May 2008

Bacalhau, o rei da mesa portuguesa

Ontem, estava eu de avental posto - e não, não vou dizer se tinha alguma coisa por baixo ou não, tarados - ouvi a palavra "betinho" ser várias vezes proferida pelos altifalantes do aparelho de televisor; tal era a acidez , porém com distinção, que a palavra era proferida, que não resisti em ir ver o que se passava.

Foi, maravilhada, que descobri que as ditas palavras tinham surgido num dicionário destinado a informar os jovens dessa ameaça nacional à juventude que é o betinho. Já há tempos idos que Miguel Esteves Cardoso tinha-nos alertado para a mesma ameaça à integridade física e psicologica da juventude, acrescentando o alerta também para os "queques" e "tios" da nossa juventude. 

No meu tempo, "betinho" era aquela pessoa com cabelo extremamente lisinho, com uma franja sobre os olhos, sapatinho vela, calcinha de sarja de tom azul escuro, camisinha aos quadradinhos, casaquinho da lacoste, e que padecia de espasmos ao nível do pescoço, que faziam a franja badalar por cima da fronte. Hoje, "betinho" quer dizer:

Aquele que não se droga. Conservador e desinteressante.

Mais! Aprendi que "betinho" é sinónimo de fezes!

Cocó: Betinho. Aquele que não se droga. Conservador e desinteressante.

Como seriam mais animados os meus tempos de liceu, se estivesse na posse desta informação! Sendo uma "geek" cavalona, normalmente deixada para segundo plano, a extrema satisfação gozatoria dada por estas alcunhas seria suficiente boa como um gelado da Haggen Dazz. Isto tudo vindo de um site chamado tu-alinhas, é sempre interessante e extremamente provocadora a maneira como o titulo do site "brinca" com os betinhos deste país...
Também aprendi que "bacalhau" é sinónimo de "heroína", o que explica finalmente a sensação estúpida de satisfação quando sou presenteada com um fantastico bacalhau à zé do pipo, servido pela minha avó. Agora que penso nisso, isso faria dela a dealer perfeita, com tentáculos gastronómicos espalhados por todo o Portugal, tal é o conhecimento sobre drogas duras culinárias que ela tem. Por exemplo, cocaina à transmontana (também conhecida como feijoada), ecstasy à lagareiro (também conhecido como polvo), entre outras (destaque para o chamon de leite condensado, que é como quem diz pudim).
Agora deixo-vos, que tenho heroina à brás para o almoço e ainda tenho de cortar o cavalo.


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